Transtorno de personalidade limítrofe ou Borderline

Primeiro há que se destacar que existe diferença entre Borderline e Bipolaridade. Neste artigo vamos tratar especificamente sobre o Borderline, não comparando as sutis diferenças entre os dois transtornos psíquicos.

Em resumo, a personalidade de uma pessoa é o modo habitual de conduta desta pessoa. É o resultado de uma série de operações e fatores habituais de adaptação do EGO ao mundo externo, ao ID e ao SUPEREGO. Desse modo, a personalidade, o caráter e a conduta são aspectos ligados ao ego (eu), resultantes de sua difícil tarefa de se equilibrar entre as exigências de três forças, o id (impulsos internos), o superego (exigências morais) e a realidade.

Segundo a Psicanálise, o ser humano apresenta basicamente dois tipos de instintos, o de vida e o de morte. O instinto de vida busca a sobrevivência do indivíduo, satisfazendo as necessidades de água, ar, comida, entre outras. Esse instinto busca o crescimento e o desenvolvimento e a energia psíquica por ele manifestada é a libido. Já o instinto de morte, é o desejo inconsciente de morrer que o ser humano tem. Um dos componentes do instinto de morte é o impulso agressivo.

Sigmund Freud dividia a personalidade em três níveis, o consciente, que inclui as experiências e sensações que o sujeito experimenta em todos os momentos; o inconsciente, que é o foco da 1ª teoria psicanalítica e onde estão os instintos, os desejos que regem o comportamento e; o pré-consciente, que é o depositário das lembranças, ideias e percepções que no momento não estão conscientes, mas podem ser trazidos à consciência facilmente ( 1ª Teoria Psicanalítica). Ao longo dos anos Freud reviu esse conceito e os aprimorou, em níveis de personalidade e introduziu três estruturas básicas da personalidade, sendo elas: Id, Superego e Ego, que corresponde ao descrito na Segunda Teoria Psicanalítica.

Pois bem: sem adentrarmos profundamente na parte teórica, ao longo de atendimentos psicoterápicos e psicanalíticos, verificou-se a existência de um outro transtorno que, "grosso modo" não se "encaixava" em neuroses e nem em psicoses; porém, há que destacar que apresentam alguns sinais dos referidos transtornos, o que ficou conhecido como Borderline.

Algumas características de possíveis pacientes Borderline:

- Instabilidade afetiva: é comum a explosão de emoções descontroladas e enfurecidas. O paciente Borderline pode parecer aos outros, assustador, demoníaco ou repugnante. Algumas vezes é visto, como se diz na linguagem popular "possuído" por forças malignas.

Esta instabilidade afetiva, pode ter picos, não somente em acessos de fúria mas também picos em excesso de sentimentos de amor e desejo sexual.

- Relações interpessoais instáveis: as relações interpessoais são tidas como tumultuadas na vida do paciente Borderline. Costuma existir uma condição hiperdramática e teatral em seus envolvimentos com outras pessoas, sendo exemplificado por extremos de sentimentos e emoções positivas e negativas alternadas.

- Sexualidade: Muitas vezes o paciente Borderline pode ser sexualmente encantador e atrair parceiros com facilidade, sendo que sua sexualidade não fica inibida. Em muitas situações chega a ser o protagonista do processo de sedução.

- Perturbações de identidade: uma forte característica do paciente Borderline é a sua identidade instável. A identidade pessoal estável que, vai se formando durante o processo do desenvolvimento psicossexual ( as 5 fases do desenvolvimento), não fica estável no Borderline.

- Sensibilidade à rejeição: geralmente temem a rejeição e são muito sensíveis a qualquer pequena flutuação de comportamento de outras pessoas, em especial do terapeuta, caso já esteja sendo submetido a algum tipo de acompanhamento psicoterápico. De forma tradicional, o Borderline responde à solidão com medo e confusão, sendo que existe a necessidade desesperada de estar sempre na presença de outra pessoa.

- Impulsividade: uma das grandes características Borderline é o seu comportamento impulsivo, comumente auto destrutivo ou até mesmo ameaçador à sua vida.

- Automutilação e suicídio: comportamentos e gestos suicidas com freqüência se destacam na história de pacientes Borderline e podem constituir perigos graves. Por exemplo, quando confrontado com a rejeição de um parceiro ou inflamado pela raiva de um familiar, o paciente mais grave pode lançar mão de atitudes potencialmente mais perigosas, como superdosagem de medicamentos ou direção negligente.

Ideação Paranóide e Dissociação: Pensamentos paranóides são comuns nos pacientes Borderline. Os pensamentos paranóides são aqueles que, em resumo, o paciente se sente perseguido por alguma característica sua que lhe é peculiar. Um exemplo para ilustrar: alega que reprovou na prova porque o professor não gosta de seu jeito de vestir, de falar ou se comportar, por exemplo. Já a dissociação é a sensação de que não faz mais parte deste mundo, por exemplo.

OBVIAMENTE e importante, é destacar que, a simples existência dos sintomas acima - no todo ou isoladamente - não caracterizam, por si só, a personalidade Borderline. A abordagem e a identificação será mais precisa após um acompanhamento e avaliação, por exemplo, de profissionais da área terapêutica e/ou psicanalítica.

(Por: Gilberto Luiz de Souza - Psicanalista - Professor de Psicanálise - Hipnoterapeuta)

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